Sua Excelência Sr. Presidente da Camara Municipal de Braga, Dr. Ricardo Rio
Exmos. Senhores Vereadores
da Câmara Municipal de Braga, ...
Caríssimos convidados, familiares e amigos.
É como descendente de D. João de
Coimbra, sepultado nesta Capela por ele erigida, e como 14º Administrador do
Morgadio dos Coimbras, também por ele instituído em 1530, por mercê de El Rei
D. João III, precisamente poucos anos após a fundação desta nossa Capela de
Nossa Senhora da Conceição da Guia, que partilharei algumas palavras com Vossas
Excelências, em representação da nossa Família.
É também em testemunho das já muitas gerações da Família Coimbra, anteriores a nós, que desde os inícios de 1500 têm legado esta Capela e sua Casa aos seus descendentes, até aos dias de hoje, que quero manifestar a nossa grande alegria e sentida comoção por podermos presenciar este acontecimento hoje e aqui.
A recuperação desta Capela e sua Torre, ímpares na cidade de Braga, provém de uma ideia antiga nossa que se transformou numa vontade partilhada com muitas outras pessoas e entidades, dando por fim origem ao nascimento da obra. Na verdade, esta edificação é para nós verdadeiro monumento a um legado e uma história, não só de uma família, mas também de toda uma cidade e foi precisamente com este espírito que, desde o início deste projeto, definimos como propósito final, a reabertura da Capela de Nossa Senhora da Conceição da Guia e seu torreão a toda a pólis bracarense, voltando a partilhar com a comunidade este magnífico património artístico e arquitectónico e sua espiritualidade e beleza ascética, tão bem encarnados neste pequeno templo de devoção mariana.
É também com esse mesmo espírito e elevando a nossa fé católica, sendo esta também um legado dos nossos antepassados, que, primariamente damos graças a Deus Pai e a Nossa Senhora da Conceição, Padroeira desta capela, agradecendo esta bem-aventurança de podermos estar todos aqui e celebrar esta efeméride tão importante para a família.
Permitam-nos também, antes de agradecer aos muitos que contribuíram para esta obra, lembrar os nossos antepassados, em especial a memória das duas últimas gerações que me precedem: o meu Avô, D. António de Lencastre e o meu Pai, D. Miguel de Lencastre, que celebraria hoje 77 anos de vida – uma simbólica conjugação de datas, demasiado importante para ser reduzida a uma mera coincidência. Ambos em vida dedicaram-se à valorização da Capela e Casa dos Coimbras. Muito mais que simples muros trabalhados ou monumentos de valor histórico, para nós, estas são as pedras vivas da nossa Família e de todas as gerações que por aqui passaram, um verdadeiro Legado Espiritual, relicário de história, de valores, tradições e memórias de muitas gerações.
Finalmente, gostaríamos de manifestar
a nossa profunda gratidão a todos os que contribuíram para que este feito se
concretizasse:
Aos materializadores desta obra e
nossos parceiros, a empresa SIGNINUM, aqui configurada no Dr. Luís Aguiar e no Dr.
António Cardoso, pelo compromisso e a confiança depositada neste projeto,
sempre acompanhados de um entusiasmo e resiliência inexcedíveis, demonstrados
em todos os esforços, em todas as dificuldades e em todos os desafios
ultrapassados ao longo deste percurso;
A todas as entidades públicas,
municipais, religiosas e sociais que contribuíram para que este projeto se pudesse
realizar, apesar das dificuldades e riscos que esta insólita situação pandémica
nos tem imposto, desde inícios do ano passado;
Aos muitos familiares e amigos que, ao longo de muitos anos, se dedicaram à manutenção física e espiritual da Capela e Casa dos Coimbras, relevando o Reverendíssimo Cónego António Macedo, seu saudoso irmão Sr. Manuel Macedo, durante muitos anos o Procurador desta Capela e todos os nossos familiares e amigos que, ao longo das últimas décadas, têm marcado presença nas nossas reuniões familiares anuais, aqui realizadas.
Por último, partilhamos o nosso
desejo de que este espaço possa ser a partir de hoje na cidade de Braga um polo
agregador de diversidade, cultura, humanidade, arte e alegria, pulsante de vida
e sedento de futuro.
Como já o mencionei, desde há
muitos anos para cá, por disposição testamentária do D. João de Coimbra, que a nossa família se
reúne todos os 8 de Dezembro nesta Capela, para celebrar a Missa em honra da
Nossa Senhora da Conceição e em sufrágio pela alma do nosso valoroso
antepassado, edificador desta Capela. Desde há muitos anos o fazemos na
intimidade da família e amigos mais chegados. A partir deste ano, iremos como
sempre, cumprir com essa antiga tradição familiar, mas com a boa consciência de
saber que doravante as nossas portas permanecerão abertas a todos os bracarenses,
portugueses e cidadãos do Mundo que queiram (re)descobrir este legado histórico.
Em suma, desejamos que no grande
plano das coisas, a Capela e Torre dos Coimbras infundam em quem as visita os
bons valores e princípios que desde há muito regem a nossa Civilização e a
nossa Mundividência: o Passado e Presente, sempre entrelaçados, rumo a um
Futuro mais digno, mais próspero e mais humano.
Rodrigo de
Coimbra Queiroz de Vasconcelos Lencastre