Missa pelas 11 horas na Capela da Nossa Senhora da Conceição da Guia, concelebrada por Sua Excelência Reverendíssima, D. Eurico Dias Nogueira, emérito Arcebispo de Braga, e por Sua Excelência o Cónego António Macedo, com homilia alusiva ao dia de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal.
Ainda antes da leitura das intenções da Missa, o actual Administrador D. António de Queiroz Vasconcelos e Lencastre dirigiu as seguintes palavras aos presentes:
"Prezados Parentes e Amigos.
É pela segunda vez que temos a presidir a esta cerimónia o emérito e grande Arcebispo de Braga, Primás das Espanhas, o Senhor D. Eurico Dias Nogueira. Merece de todos nós um vivo agradecimento, envolto na nossa mais sincera homenagem de muita consideração e respeito.
Aproveito também a ocasião para prestar condigno agradecimento ao Senhor Cónego Macedo que nestes últimos anos, após a morte do inolvidável Padre Francisco Xavier Barreiros, da Companhia de Jesus, tem presidido a estas cerimónias anuais.
Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Arcebispo, irá celebrar em honra de Nossa Senhora da Conceição da Guia, orago desta Capela, assim denominada, segundo nos indica, entre outros, o conceituado investigador Padre Manuel de Aguiar Barreiros.”
As intenções da Missa formuladas pelo actual Administrador foram:
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“1ª. A primeira intenção da Missa será para satisfazer as determinações testamentárias do Dr. João de Coimbra, a quem se deve a construcção desta Capela nos princípios de 1500, entregando-a a um dos célebres irmãos Castilho e a sua decoração interior a João de Ruão e a estatuária exterior a Hodart, tendo estes artistas vindo das obras na Sé, culminada com o maravilhoso recanto da Senhora do Leite – isto nos ensinou o sábio Professor Doutor Nogueira Gonçalves, finado docente da Universidade de Coimbra..
Nesta Capela, que o Dr. João de Coimbra escolheu para seu sarcófago e na qual se encontra sepultado, viria a assentar também a sede do Morgadio dos Coimbras que ele instituiria por 1530, por mercê de El Rei D. João III.
A tampa da sepultura, que esta esteira cobre, é de formato rectangular de avultadas dimensões e, se é permitido estabelecer analogia com o sepultado, terá sido de desenvolta estatura o Dr. João de Coimbra. O brasão de armas, esculpido no tampo tumular de granito, está bastante puído, do muito correr de fíeis durante estes últimos quinhentos anos.
O Dr. João de Coimbra deverá ter vindo de Lisboa, fins de mil e quatrocentos, princípios de quinhentos, a ocupar o lugar de Provisor do Arcebispado quando este pertencia ao Cardeal Alpedrinha, D. Jorge da Costa, ou ao seu irmão homónimo, residindo o primeiro no Vaticano, em Roma, sem nunca ter vindo a Braga.
Em 1505, vem ocupar o Sólio de Primás das Espanhas o Senhor D. Diogo de Souza e Vasconcelos, que até aí tinha sido Bispo do Porto. De todos os Arcebispos de Braga é este o que mais se singulariza na urbanização e arquitectura da Cidade. Manteve como seu Provisor o Dr. João de Coimbra.
Dadas estas notas históricas, com algumas imprecisões, filhas da minha delida memórias de 97 anos, voltemos às intenções da Missa, após as destinadas às determinações testamentárias do instituidor do Morgadio.
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2ª. Serão estas segundas intenções de sufrágio pelas almas de todos aqueles que, acorrendo a esta cerimónia anual, foram caindo ao longo dos trinta e tantos anos que ela se vem realizando.
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3ª. E, desta vez, para além dos mortos, também alguns dos vivos serão intencionalmente lembrados na Missa; ou seja aqueles que nesta Capela receberam o Sacramento do Matrimónio, como o meu filho primogénito Miguel, ou o Sacramento do Batismo, aos meus netos varões Rodrigo e Gaspar, a estes últimos ministrado por Vossa Excelência Reverendíssima, como o revela a fotogravura que se dignou incluir no livro de memórias do seu Arcebispado de Braga.”
Seguiu-se um almoço convívio no Restaurante “Migaitas”, em Braga, no fim do qual o actual Administrador D. António de Lencastre agradeceu a presença de todos.
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